O presente trabalho se propõe a uma análise das imbricações entre homem, vida e paisagem no romance Beira Rio Beira Vida, do escritor piauiense Assis Brasil, pensando nas relações entre seres humanos, natureza, reprodução da vida e suas resultantes no contexto das negociações culturais. A abordagem do presente trabalho bebe de uma fonte ecocrítica e do pensamento de autores como o ambientalista e crítico Greg Garrard, o martinicano Édouard Glissant, que pensam justamente sobre as relações entre homem, natureza, mundo e - inescapavelmente - consciência sociopolítica. Neste sentido, ao contemplar a vida das prostitutas à beira do cais do rio Parnaíba, o romance de Assis Brasil revela o rio como sendo uma entidade dentro da cultura daquele lugar, se fazendo como símbolo das denúncias de desigualdades sociais, além de exaltar sua beleza e as esperanças que representa.