Este trabalho tem como objetivo analisar alguns aspectos da representação do espaço no romance Marafa, de Marques Rebelo. Utilizando como cenário exclusivo o Rio de Janeiro da primeira metade do século XX, este escritor retrata os contrastes entre a “Cidade Maravilhosa” e o seu avesso, que é o lugar do subúrbio, dos bordeis, onde vive uma variedade de personagens que representam os mais diversos tipos sociais. Nele habita o trabalhador e o malandro, a prostituta, a moça tradicional e a moderna, o bêbado, o comunista e outros que completam essa grande galeria. Portanto, através da análise da configuração do espaço na obra Marafa, podemos perceber que Marques Rebelo retrata um mundo que vai além da imagem industrializada e moderna, cartão postal do país do carnaval e do futebol. É nesse espaço que são construídos os núcleos da ordem e da desordem, do trabalho ou da malandragem, universos distintos que se cruzam delineando o destino dos personagens que nele estão inseridos.