Este trabalho tem como objetivo analisar, a partir dos pressupostos estéticos e discursivos que inauguraram a nova dramaturgia, como a autora Lourdes Ramalho, em sua peça, ainda inédita em livro, intitulada Anáguas, evidencia a crise do patriarcado no Brasil, em meados do século XX, ao recriar e questionar os ditames comportamentais misóginos e sexistas herdados pela castradora tradição patriarcalista Ibérica alicerçada na cultura nordestina. Para tanto, a dramaturga, através de uma tríade composta por personagens femininas, aponta para conflitos existentes entre as diferentes gerações de mulheres presentes nesse texto, na medida em que, de um lado, estão às personagens que representam a manutenção do sistema vigente e, de outro, a personagem que almeja a liberdade para dirigir o rumo da sua própria vida. Para tanto, tomar-se-á como aporte teórico Szondi (2001), a fim de analisar os pressupostos temáticos e discursivos do Drama Moderno presentes na peça; Prado (1993), Betti (2007), Costa (1998) e Maciel (2008) para elucidação das novas tendências estéticas do teatro moderno brasileiro; Vicenzo (1992), Andrade (2012) e Xavier (1994), para a análise da Nova Dramaturgia, pautada na discussão em torno das dinâmicas de gênero; Pavis (2008), Damázio (2008) e Silva (2004) para discussão acerca dos diálogos interculturais.