O acolhimento trata-se de uma diretriz ética, política e estética, assim como um dispositivo para operacionalização do processo de trabalho nos serviços de saúde. O acolher deve significar a abertura para recepção das demandas dos usuários através da escuta qualificada, visando o encontro entre o sujeito a ser cuidado e o trabalhador de saúde, no sentido de criação de vínculos permanentes e de corresponsabilização. Diante desse contexto, o presente estudo tem o objetivo de relatar o olhar de residentes da residência multiprofissional em saúde da família e comunidade sobre o acolhimento em uma unidade de saúde integrada composta por quatro equipes de Saúde da Família (eSF) do munícipio de João Pessoa-PB. Para melhor compreensão do fluxo de acolhimento realizado pelas equipes as autoras participaram do “acolhimento” entre os meses de março a abril de 2018, bem como das reuniões sobre o acolhimento enquanto instrumento de trabalho. As quatro eSF consideram que realizam o “acolhimento” diário dos seus usuários no horário das 7 às 8 e das 12 às 13 horas. Observou-se, porém, que as quatro equipes de saúde realizam triagem, objetivando organizar o fluxo dos usuários para os atendimentos disponíveis e, mesmo sendo uma unidade integrada, cada uma tem sua particularidade e faz essa atividade considerando as diversidades do território e o perfil profissional. Conclui-se que a prática de acolhimento ainda não é totalmente compreendida pelos profissionais de saúde, necessitando-se de matriciamento e ações de educação permanente visando o melhor entendimento e execução da diretriz.