Este trabalho se configura como um dos produtos oriundos da dissertação de mestrado do autor intitulada “Saúde Mental e Atenção Primária: compreendendo articulações e práticas de cuidado na Saúde da Família no Ceará”. Um dos recortes do estudo supracitado foi avaliar a categoria “Questões da Fragmentação da Formação em Saúde”. O objetivo do trabalho consistiu em compreender as propostas de formação em Saúde no que diz respeito a articulação entre Saúde Mental, Integralidade e Cuidado na atuação na Atenção Primária à Saúde. A metodologia do trabalho se caracteriza por ser uma pesquisa de abordagem qualitativa, de caráter exploratório, bem como por ser um estudo de campo (com a devida autorização de comitê de ética), com dados interpretados à luz do Materialismo Histórico Dialético e situado no campo da Saúde Coletiva. Os resultados apontaram para o fato de as práticas de cuidado sistematizas transitarem de forma contraditória e dialética entre a fragmentação e a articulação dos usos dos conhecimentos aprendidos na formação. Conclui-se que a maioria dos profissionais entrevistados não se sente preparada para o desafio de intervir na saúde mental na atenção primária. Os motivos são diversos, muito embora seja importante destacar a insegurança oriunda da formação de base, pouco acesso à formação permanente e pouca confiança na capacidade de retaguarda da rede substitutiva.