Resumo: A compreensão da farmacocinética do veneno de serpentes é de grande relevância para o
entendimento dos processos fisiopatológicos durante o ofidismo, bem como para o desenvolvimento
de estratégias de avaliação de risco e determinação da dose e do momento ideais para o uso do
antiveneno. Esta revisão tem como objetivo explorar o conhecimento atual disponível sobre a
farmacocinética e a neutralização deste veneno da serpente Bothrops erythromelas por antivenenos.
Em adição, o estudo visou investigar o andamento de estudos com sugestões de novas fontes
terapêuticas. Pesquisas bibliográficas foram conduzidas utilizando a plataforma online PUBMED,
através da combinação de diferentes palavras-chave. A busca pelo conhecimento sobre a temática foi
realizada no período correspondente a 01 e 28 de março de 2018. Dessa forma, constatou-se que o
veneno de B. erythromelas não se distribui na maioria dos órgãos internos resultando em efeitos
fisiopatológicos de forma indireta, mas na presença de um antiveneno a biodistribuição do
veneno é alterada, sua radioatividade no plasma é maior e sua meia-vida de eliminação menor
que na ausência do antiveneno. Antivenenos disponibilizados pelo Ministério da Saúde do
Brasil apresentam déficit na capacidade neutralizante para este veneno, que poderá
futuramente ser suprida com o auxilio de substâncias presentes em extratos de plantas do
gênero Jatropha. Entretanto, desafios acerca deste veneno existem e entre eles estão uma
melhor exploração dos efeitos e neutralização deste veneno por antivenenos e extratos, além
do desenvolvimento de um produto mais eficaz para uso na terapêutica.