Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo e de abordagem quantitativa, cujo objetivo consiste em realizar uma análise espacial dos casos de adoecimento crônico na infância e adolescência no estado da Paraíba, Brasil. Foram utilizados dados do tipo secundário, registrados no Sistema de Informação de Crianças e Adolescentes com Doença Crônica (SICADC), referente ao ano de 2015. Para esses dados foram gerados a Razão de Incidência Espacial (RIE), através do software R e o método de detecção de aglomerado espacial, o Tango, através do software GeoSurveillance. Os resultados mostraram que o método Tango apresentou concordância com respeito ao mapa de RIE na detecção de aglomerados de valores altos, pois a maioria dos aglomerados espaciais detectados correspondeu aos municípios com valores altos da RIE. Também foi identificada uma concentração de aglomerados espaciais significativos na região litorânea da Paraíba, mesmo local onde se encontram dois serviços hospitalares públicos que atuam como referência estadual, no que tange ao atendimento, diagnóstico e tratamento de crianças/adolescentes em condição crônica. Vale salientar que, o SICADC consiste em um banco de dados local, acarretando ao estudo limitações quanto à inferência dos resultados para todo o estado. Todavia, mesmo diante das limitações, é possível afirmar que a utilização do método Tango pode ser considerada uma alternativa eficaz para a elaboração de intervenções na prevenção desse agravo, tendo em vista a sua capacidade de identificar as áreas significativas e não-significativas para os casos de adoecimento crônico.