Cirurgia metabólica é qualquer intervenção do tubo digestivo com a finalidade de controle do Diabetes Mellitus tipo 2, sendo cada vez mais utilizada no tratamento deste distúrbio. Nessa revisão da literatura, realizou-se pesquisa na Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando-se os descritores “Cirurgia Bariátrica” e “Diabetes Mellitus tipo 2”. Os resultados apontam que a rápida perda de peso e a melhora nos marcadores metabólicos no pós-cirúrgico decorrem não apenas da má-absorção intestinal, mas também da baixa ingesta calórica provocada pela redução do apetite e do desejo por alimentos com altos teores de carboidratos e lipídios. Ocorrem alterações nos hormônios intestinais que ativam os circuitos neurais entre fígado, músculos, adipócitos e pâncreas e regem a homeostase da glicose: a grelina diminui após o procedimento cirúrgico devido a uma disrupção vagal; o peptídeo YY após é estimulado e tem aumento sustentado por 12 meses. A resposta ao GLP-1 aumenta de 5 a 10 vezes após a cirurgia e há também aumento do GIP, incretinas que agem diretamente na atividade insulinotrópica. Após 15 dias já se percebe melhora da sensibilidade das células beta, e a sensibilidade à insulina aumenta gradualmente, de acordo com a perda de peso e de tecido adiposo. A severa restrição calórica também é fator importante para o aumento da sensibilidade à insulina das células beta. Estes resultados comprovam a importância da incorporação e divulgação da cirurgia como tratamento de distúrbios metabólicos associados à obesidade.