A respiração oral se caracteriza como uma síndrome por incorporar várias alterações, como as orofaciais, posturais, oclusais e distúrbios de comportamento. Também ocasiona adaptações ou alterações no desempenho de funções estomatognáticas. Este estudo investiga as correlações existentes entre as alterações estruturais e funcionais do sistema estomatognático de 20 crianças e adolescentes respiradores orais, que foram avaliados através do Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial com Escores. A correlação entre aspecto das bochechas e modo respiratório foi positiva (p=0,011), indicando que existe uma relação direta entre as variáveis. A condição postural da mandíbula apresentou correlação positiva com o comportamento dos lábios durante a deglutição (p=0.003). Quanto menor a habilidade em realizar o movimento da mandíbula de elevar, menor a habilidade na realização da trituração na mastigação (p=0,036). Quanto menor a habilidade do movimento da mandíbula de protruir, mais distante do padrão de normalidade foi o comportamento da língua durante a deglutição (p=0,032). Também foi estatisticamente significante a correlação do movimento de protrusão mandibular inadequado com uma maior ocorrência de movimentação da cabeça durante a deglutição (p=0,018). Quanto menor a habilidade em realizar o movimento de protruir a mandíbula, mais distante do padrão normal de mordida na mastigação (p=0,008). Também foi encontrada correlação positiva significante entre protrusão mandibular e postura alterada durante a mastigação (p=0,008). O estudo demonstrou a existência de correlações significantes entre diversos aspectos estruturais e funcionais do sistema estomatognático em respiradores orais, contribuindo para a ampliação do conhecimento científico da patologia e maior embasamento para a melhoria da prática clínica.