Este estudo analisa fragmentos de discursos político e jurídico durante o impeachment e pós-impeachment, a fim de apreender a integração de discursos velhos combinados aos novos dentro da perspectiva da linguagem utilizadas por mulheres em cargos e funções de poder. Para tal, subsidia-se das teorias da enunciação em interface aos Estudos de Gênero. A AD é o método de análise dos pronunciamentos orais divulgados em cadeia nacional e internacional, por meio de canais abertos de televisão e redes sociais – corpus de analise, de modo que as inflexões discursivas apontem para reprodução ou inovação de estratégias reconhecidas como características femininas ou masculinas – interdiscursividade. Destacam-se as estruturas linguísticas que apontam para reprodução da cultura machista e patriarcal, implícita ou explícita, a partir de modalizadores enunciativos: palavras, frases, enunciados entrecortados, pausas, entonações de voz, balbucios, trazendo uma carga de sentidos e significados, ao passo que privilegia a posição dos enunciadores diante do intercruzamento entre as influências do texto e contexto no sentido de produzir sentidos e significações. O escopo analítico, portanto, debruça-se sobre a condição de instrumento comunicacional construído socialmente frente à falência da lógica racional e a inserção do sujeito ambíguo, contraditório e contingencial, contudo, autoral e respondente do discurso