Fundado em 1981, na cidade de Senhor do Bonfim, no semiárido baiano, o Grupo de Teatro Mutart vivenciou e experienciou o início do período da abertura política no Brasil. A percepção estética do universo das artes cênicas caracteriza um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana, sendo essa ação tão plural, dinâmica e significativa. Assim, o objetivo deste trabalho é compreender e discutir as contribuições e os enfrentamentos vivenciados pelo Grupo de Teatro (gay) Mutart e refletir como esse discurso identitário sofreu restrições à liberdade de criação e opinião nos espaços formais e não formais de educação da região. O Grupo de Teatro Mutart ressignificou a tradição junina trazendo para os palcos Bonfinenses a peça “Casamento Trocado”, uma maneira de (des) construir sentidos petrificados no que diz respeito à supremacia das masculinidades sobre as feminilidades. As ações das forças que estão sempre circulando, mantêm-se uma relação de lutas e de choques que de alguma maneira atribui um sentido singularizado pelo próprio modo de ser. Com isso, o sertanejo apresenta esta capacidade de legitimar seus ideais, interesses, saberes e suas relações produzidas. Esta singularidade do sertão destaca o meio social (sertão) e o sujeito (sertanejo) numa relação de plena transformação e ressignificação. Existem mais cores, flores e sonhos no Semiárido do que se costuma vislumbrar, para tanto, faz-se importante a carência dele se perceber no seu cotidiano, ferver suas subjetividades por uma nova relação ética-estética-política.