Este estudo teve por finalidade descrever as condições de trabalho e a experiência de atendimento a mulheres vítimas de violência. Para tal realização, esta pesquisa foi organizada dentro de um cunho qualitativo com 12 profissionais da assistência a vítimas de violência contra a mulher em diferentes centros de atendimento a este público do interior de Sergipe, Brasil, que foram submetidos a um roteiro de entrevista que versava sobre questões relacionadas a condições de trabalho, assédio moral e a experiência de atendimento a mulheres vítimas de violência. Estas entrevistas foram gravadas e transcritas de maneira que, depois, foi realizada a análise de conteúdo, conforme Bardin. Os achados apontaram para duas categorias envolvendo os aspectos de investigação deste estudo: condições de trabalho e o atendimento a mulheres vítimas de violência. As profissionais pesquisadas estavam expostas a um ambiente com uma estrutura física fragilizada e com ausência de segurança patrimonial, vinculados a regimes laborais temporários e sem garantias trabalhistas e a inexistência de recursos humanos e matérias para a consecução das tarefas. Além disso, a experiência de contato com os episódios de violência narrados pelas usuárias ocasionava diferentes formas de mobilização emocional tais como descontrole da expressão afetiva, sentimentos de impotência, angústia ou a vivência de emoções contraditórias. Assim, diante dos dados elencados, torna-se fundamental o fortalecimento do sistema de políticas públicas e a implementação de programas e mecanismos voltados para o cuidado com a saúde do trabalhador.