Este trabalho é parte dos movimentos iniciais de pesquisa que busca cartografar os processos de subjetivação envolvidos na marcação de identidades de gênero e sexualidade nos espaços-tempo das comunidades terreiro de candomblé, sobretudo no que se refere às identidades trans. Esta pesquisa investiga os sentidos e sentimentos que os Babalorixas e Yalorias do candomblé têm sobre o pertencimento e as vivências de travestis e transexuais em seus territórios (sagrados). Esse percurso de trabalho tem início no Ilê Axé Onisegum, onde o primeiro autor do texto é líder religioso, e rastreia outros espaços-tempos, outros territórios e o pensamento de alguns sacerdotes, que compõe o atual sistema religioso do candomblé Ketu no estado do Rio de Janeiro. A pesquisa assume por ora lances cartográficos e o que se põe em tela pelo instante são aproximações analíticas a partir de conversas com pessoas que compõem esses territórios e que nos auxiliam na produção de uma problematização interseccionada sobre gênero, sexualidade e religião. Os pressupostos e abordagens teórico-metodológicas que fundamentam a pesquisa apresentam-se em aproximação às análises pós-estruturalistas de base foucaultiana e suas articulações com os estudos feministas, as teorizações Queer e estudos Pós(de)-coloniais.