O presente trabalho consiste em um estudo sobre o feminicídio a partir do documentário Quem matou Eloá? (2015), considerando tratar do problema da legitimação da violência de gênero em nossa sociedade que resulta no assassinato de mulheres. Tem como objetivos observar as relações entre patriarcado e legitimação do feminicídio, bem como as relações entre construção da vítima e do agressor e a naturalização do crime. O documentário traz uma análise crítica sobre a espetacularização da violência e abordagem da mídia nos casos de violência contra a mulher. Apresentando um caso de cárcere privado que durou 100 horas, e foi amplamente divulgado pela mídia em 2008, contrariando a conduta de segurança em casos de sequestro. Esse fato teve como desfecho o feminicídio de uma adolescente de 15 anos. Além de utilizar recortes das reportagens exibidas na época, o documentário conta com a presença de entrevistados, realizando comentários sobre as ações realizadas na época, bem como apontando a falta de ética da imprensa, o mau planejamento da polícia e toda a espetacularização machista do caso. A partir da análise do documentário, utilizando o método da etnografia de tela, foi possível observar a legitimação da violência contra a mulher de forma enraizada na nossa cultura vista sobre os seguintes aspectos: espetacularização e romantização da violência e construção dos personagens.