Nosso trabalho objetiva discutir sobre a relevância do gênero debate regrado como uma estratégia nas aulas de língua portuguesa para refletir sobre a violência contra jovens afrodescendentes no Brasil. Diante do desafio docente de incluir gêneros orais nas aulas de LP, nossas reflexões têm como motivação as atividades provenientes da segunda etapa do projeto de extensão: ?A oralidade e o ensino de língua materna - desafios e possibilidades (DLV/UERN)? que tenciona estimular a inclusão dos gêneros orais no ensino de LP. Para isso, assumimos a oralidade como uma prática social interativa para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gêneros discursivos da realidade sonora (MARCUSCHI, 2001) e, ainda, os pressupostos de Dolz, Schneuwly, Pietro (2004) que defendem o debate regrado como um gênero oral que articula um conjunto privilegiado de habilidades importantes dos debatedores. Desta forma, nosso percurso metodológico embasado pela pesquisa-ação permite-nos refletir acerca da seguinte questão norteadora: como o debate regrado pode representar um recurso para a discussão de temas polêmicos através da prática docente de LP? Entre os resultados, mesmo que preliminares, o gênero debate pode atuar de forma bastante produtiva no exercício do desenvolvimento da capacidade argumentativa, no âmbito da modalidade oral da Língua Portuguesa. Nossa análise reafirma o quanto pode ser atual e necessário refletir sobre esta temática, tendo em vista a importância da discussão social de temas polêmicos também na escola, corroborando para uma formação discente voltada para os gêneros discursivos no contexto educacional brasileiro.