Ao se deparar com uma segunda língua, como o inglês, onde o sistema linguístico se mostra de forma bastante distinta, alunos brasileiros encontram muita dificuldade para produzir e compreender os sons que não compõem seu sistema fonológico. Em meio a algumas distinções fonético-fonológicas, está presente o som da fricativa interdental surda /θ/, fonema que não faz parte do sistema fonológico do português brasileiro e que traz para os estudantes de inglês como segunda língua, sobretudo em seus primeiros contatos, uma grande dificuldade no momento de sua produção. Este trabalho tem por objetivo averiguar como se dá a percepção-produção da fricativa interdental surda do inglês /θ/ por alunos brasileiros de uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental da cidade de Guarabira-PB. Para nossa metodologia, trabalhamos com dados orais dos alunos, que após serem tratados e analisados acusticamente pelo programa computacional PRAAT, comprovou-se a existência de transferências fonológicas recorrentes da não consciência fonológica do inglês. Os resultados apontam para uma necessidade de maior atenção aos aspectos fonético-fonológicos por profissionais que trabalham com línguas estrangeiras. A possível ausência de atenção pelos professores quanto a estes aspectos acarreta em desvios na pronúncia e na escrita durante produção fonética e letramento do inglês como segunda língua. Por outro lado, o trabalho com atividades que privilegiam o listening em relação às demais habilidades linguísticas, utilizando instrução explícita, traz resultados satisfatórios em relação ao tratamento da língua alvo. Ao se tomar conhecimento dos processos cognitivos que o aprendiz utiliza e o que o leva a produções indevidas, torna-se menos complexo encontrar meios eficazes para se chegar a um ensino mais produtivo.