BARRETO, Hosana Carolina Dos Santos et al.. . Anais IV CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/38926>. Acesso em: 23/12/2024 00:51
Este relato é fruto de uma atividade desenvolvida no tema contextual Meio Ambiente e Qualidade de Vida, nas turmas de Licenciatura Intercultural, no Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena, na Universidade Federal de Roraima (UFRR) nos anos de 2016 e 2017 e teve como proposta reconhecer a química nos espaços das regiões e suas próprias comunidades indígenas. A sequência didática proposta foi iniciada com a abordagem sobre os ciclos biogeoquímicos, seguido dos problemas ambientais como poluição do solo, água e ar, e por último uma introdução à química básica, tendo como destaque os elementos que compõem os ciclos biogeoquímicos e ressaltando a poluição ambiental como problemática para o desequilíbrio no meio ambiente. Como atividade, os alunos representaram os espaços em que vivem, suas comunidades, regiões, serras, casas, entre outros. Após concluírem os desenhos, os alunos foram estimulados a encontrar a química no meio onde vivem, nas riquezas do solo, no ar, nos rios e igarapés, nas serras, e também na poluição representada por alguns. Merecem destaque as reflexões dos alunos sobre as dificuldades que as comunidades indígenas enfrentam devido à falta de coleta de lixo, ao aumento do consumo de produtos industrializados, baixa produção de alimentos nas comunidades, e como tem influenciado a qualidade da água nas comunidades, sendo necessário cuidados para proteger os rios, igarapés e lagos em toda sua extensão. Sobre a química no meio ambiente, os alunos identificaram a química nos resíduos sólidos, nos resíduos orgânicos e como podem ser reutilizados na compostagem em seus quintais, também a química nos alimentos, o etanol na bebida tradicional como o caxiri, a química no corpo humano, a química do amor (noradrenalina), e nas riquezas minerais existentes nas terras indígenas que precisam estar protegidas da exploração desordenada, que poderia prejudicar não só o meio, mas todas as comunidades próximas. Foi desafiador ensinar química de forma contextualizada com o meio, e com as transformações do meio, mas fora recompensado pelos resultados, pois como se vê neste trabalho, são experiências que serão levadas para as escolas nas comunidades indígenas.