BRAGA, Iara Falleiros. . Anais IV CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/38920>. Acesso em: 23/12/2024 01:34
A violência contra gays e lésbicas tem ganhado destaque na produção acadêmica mundial, evidenciando um número crescente de adolescentes e jovens vitimizados. Um dos contextos em que essa violência se perpetua é a escola, que ainda reproduz a desvalorização e exclusão daqueles que desviam dos padrões heteronormativos. Assim sendo, o objetivo deste estudo foi compreender as experiências de violências vivenciadas por adolescentes e jovens gays e lésbicas no contexto escolar. Trata-se de um estudo qualitativo, realizado em um município do interior paulista. Participaram 12 adolescentes e jovens que se autodeclaravam enquanto gays ou lésbicas. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada e os dados foram analisados de acordo com pressupostos do método de interpretação de sentidos, com apoio em conceitos da Teoria Queer. Os resultados apontaram para vivências de diversas situações de agressão às quais os adolescentes e jovens foram expostos no contexto escolar, tais como a violência física, psicológica e sexual. Destaca-se que a escola é um espaço que ainda perpetua a heteronormatividade, sancionando punições e promovendo exclusões a partir da identificação daqueles que transgridem essa lógica heterossexual, reforçando o caráter da abjeção. Conclui-se que, faz-se necessário que os profissionais que constituem a escola estejam sensíveis e preparados para compreender a origem histórica e cultural das diferenças, buscando questionar as normas e suas consequentes sanções, problematizando os discursos e as relações de poder que estão arraigadas nos pressupostos da heteronormatividade, e que se efetivam na prática escolar, a fim de transformar o espaço escolar em um local democrático e que garanta a cidadania de todos que ali estão.