RELATO DE EXPERIÊNCIA DA OFICINA DE PLANEJAMENTO COMPARTILHADO DO COMPONENTE CURRICULAR: PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES/INTERAÇÃO ENSINO, SERVIÇO E COMUNIDADE
Patrícia Cavalcante de Sá Florêncio
Instituto Federal de Ciências e Tecnologia de Pernambuco – IFPE, Campus Pesqueira; email: pcsflorencio@hotmail.com
INTRODUÇÃO
A pesquisa intitulada Concepções dos Docentes do Curso de Graduação em Enfermagem sobre o Processo Ensino Aprendizagem nos Cenários de Prática, realizada com os docentes do curso de graduação em Enfermagem do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Pernambuco, Campus Pesqueira, proporcionou a realização da Oficina de Planejamento Compartilhado do Componente Curricular Práticas Interdisciplinares/Interação Ensino, Serviço, Comunidade, que resultou como produto de intervenção, um relatório técnico a ser apresentado aos integrantes das instituições envolvidas no processo ensino aprendizagem nos cenários de prática.
De acordo com as DCNENF e o PPC de Graduação em Enfermagem do IFPE/Pesqueira, a integração entre ensino, serviços de saúde e comunidade deve ser abordada durante o processo de formação dos profissionais, inserindo-os nos cenários de prática desde o início do curso. Entende-se por integração ensino-serviço o trabalho coletivo, pactuado e integrado de discentes e docentes dos cursos de formação na área da saúde com trabalhadores que compõem as equipes dos serviços de saúde, incluindo-se os gestores. Essa integração visa à qualidade de atenção à saúde individual e coletiva, à qualidade da formação profissional e ao desenvolvimento/satisfação dos trabalhadores dos serviços (ALBUQUERQUE, 2007).
Assim, o ato de educar constitui-se como uma responsabilidade a ser atingida pelo profissional de saúde e deve pautar-se na perspectiva da pedagogia histórico-crítica, segundo a qual a prática é o elemento complementar para a construção do conhecimento, em que a ação-reflexão-ação visa transformar a realidade social e o próprio sujeito fazedor-pensador da práxis (LEITE; PERES, 2010).
JUSTIFICATIVA
Os resultados da pesquisa indicaram a necessidade da realização de um planejamento coletivo entre os profissionais de saúde que atuam nos cenários de prática e os docentes do curso que acompanham os discentes nesses ambientes de aprendizagem. Isso porque a organização curricular precisa oportunizar, desde cedo, a inserção do discente enquanto sujeito político, histórico e social nos cenários de atuação profissional, considerando que o processo de trabalho em saúde é coletivo e envolve atores sociais distintos: comunidade, profissionais de saúde, universidade e indivíduo.
OBJETIVOS
• Promover discussões sobre planejamento compartilhado inerente às práticas interdisciplinares do curso;
• Proporcionar diálogo entre os cenários de prática e a instituição de ensino: discente, docente, e profissionais de saúde;
• Elaborar bases para a execução das práticas nos diversos cenários;
• Propor a reorganização das ações das práticas;
• Informar aos gestores, docentes, discentes e profissionais de saúde, os resultados da realização da Oficina de Planejamento Compartilhado do Componente Curricular Práticas Interdisciplinares/Interação Ensino, Serviço, Comunidade, por meio do Relatório Técnico.
METODOLOGIA
1. Processo de sensibilização: convite online e impresso a todos os gestores, docentes, discentes e profissionais de saúde dos cenários de prática do módulo.
2. Divulgação / Inscrição / Organização – Pastas, Canetas, Blocos, Etiquetas, Crachás e Certificados.
3. Execução da Oficina com metodologias ativas. Momentos de discussão em grupos com levantamento dos questionamentos a respeito do tema.
4. Elaboração do Relatório Técnico
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A expectativa quanto à oficina foi a de que ela promovesse a discussão e a análise das práticas pedagógicas com os docentes da instituição e os atores envolvidos – discentes, gestores, profissionais de saúde e usuários –, a fim de ressignificar o processo ensino-aprendizagem, o que impactaria na qualidade do curso.
Tinha-se, pois, a perspectiva de implementação de um planejamento conjunto das atividades práticas, objetivando-se a abertura de novos caminhos que levem à discussão sobre a importância da inovação nas práticas pedagógicas. Assim, acredita-se que se oportunizará maior aproximação entre docente e discente, sujeitos do aprendizado, e os serviços, integrando-os a esse processo.
CONCLUSÕES
Levando-se em consideração todo o conteúdo da “Oficina de Planejamento Compartilhado do Componente Curricular: Práticas Interdisciplinares/interação Ensino, Serviço e Comunidade”, pode-se considerá-la uma ideia inovadora no âmbito da instituição e dos serviços de saúde, visto que foi apontada na própria oficina a necessidade e o desejo de que houvesse momentos como este para serem discutidas e organizadas ações em prol das práticas nos locais de trabalho.
A promoção da interação entre os diversos segmentos do curso com a comunidade e suas representatividades na perspectiva da construção coletiva do projeto do curso realçou a importância da ação-reflexão-ação na prática e nos diversos cenários de atuação do Bacharelado em Enfermagem e ratificou os objetivos da pesquisa que desencadeou a oficina.
Além disso, a oficina confirmou os resultados da pesquisa realizada com os docentes do IFPE Campus Pesqueira, que apontaram a necessidade de um planejamento compartilhado com todos os envolvidos no processo. Durante esse evento, os próprios participantes louvaram a iniciativa e confirmaram a necessidade desse planejamento conjunto, inédito na instituição. Portanto, pesquisa e o produto da intervenção estão em consonância e sinalizam que seja efetivamente colocada em prática a interação ensino-serviço-comunidade na formação dos discentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBUQUERQUE, et al. A Integração Ensino-serviço no Contexto dos Processos de Mudança na Formação Superior dos Profissionais da Saúde. Rio de Janeiro: Revista Brasileira de Educação Médica, 2007.
CHIRELLI, MQ. O processo de formação do enfermeiro crítico-reflexivo na visão dos estudantes do curso de enfermagem da FAMEMA. 2002. Ribeirão Preto; 2002. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
PFEIFER, M. Notas Acerca das Redes de Políticas Sociais. Anais do 1º Simpósio sobre Famílias: Políticas de Atendimento. Tubarão: UNISUL, 2009.
PPC do Curso de Graduação em Enfermagem do IFPE Campus Pesqueira, 2015.