GOFFI, Maria Gabriely et al.. O papel do coordenador pedagógico no processo de inclusão. Anais IV CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/37839>. Acesso em: 23/12/2024 00:31
O presente estudo tem por objetivo realizar uma análise sobre o papel e os deveres do gestor pedagógico no que concerne a inclusão e a organização de uma escola inclusiva. Essa temática surgiu de entrevista realizada com uma pedagoga da rede municipal de Marmeleiro, município do interior do estado do Paraná. A partir daí, nos deparamos com uma grande problemática, na escola em questão, pois segundo Glat (2011), os discentes com deficiência não estão sendo inclusos e nem a escola está sendo inclusiva, ou seja, estes alunos estão no interior das escolas, mas excluídos em salas de aulas separadas. Desta forma, a finalidade deste trabalho é analisar as funções dos coordenadores pedagógicos em relação a inclusão, bem como relatar como acontece esse processo de inclusão em uma escola da rede pública municipal de um município no sudoeste do Paraná. Com base nisto, foi realizada entrevista com um profissional do setor educacional e pesquisas de caráter bibliográfico em autores que dão ênfase ao assunto. As atividades foram divididas em três etapas: a primeira, de fundamentação metodológica, com observação e entrevista em uma escola da região; a segunda, de embasamento teórico, com leituras, estudos, e discussões sobre o trabalho pedagógico e a gestão escolar na inclusão; e a terceira, de discussão e escrita, referentes às relações entre as práticas observadas no cotidiano escolar com os fundamentos teóricos estudados anteriormente. A pedagoga entrevistada nos relata que tem tido bons resultados desde que a classe especial foi reaberta, pois os alunos com deficiência haviam aumentado e com a classe especial a inclusão aconteceu de fato na escola. A reabertura da classe especial, segundo a gestora pedagógica, se deve, principalmente, a resistência de alguns professores de trabalhar com esses alunos da educação especial, pois achavam que por causa do comportamento deles não era bom que estivessem junto com os demais alunos e retiravam eles da sala de aula. Porém, de acordo com Glat (2011) segundo a perspectiva da educação inclusiva, estes, na verdade, estão integrados na mesma instituição, mas em grupos e salas separadas, e isso não proporciona nem aos estudantes e nem aos professores conviver e conhecer os alunos com deficiência, contribuindo para a resistência dos professores em trabalhar com os mesmos e para certa resistência dos demais colegas em interagir e aceitar as “diferenças”. Partindo do contato com a realidade apresentada na escola e a análise do levantamento bibliográfico foi possível concluir que apesar de se ter inúmeros estudos sobre a inclusão, ainda observa-se nas escolas a inclusão sendo efetivada de maneira inadequada, ocasionando significativas perdas na qualidade da educação do educando com alguma deficiência. Assim, é extremamente importante destacar a necessidade de estudos maiores sobre a temática, observado a relevância da função do pedagogo no processo de inclusão.