O presente artigo tem como objetivo apresentar a técnica do Grupo Focal como estratégia metodológica de construção de dados adequada às pesquisas na área de educação e apontar para a possibilidade de seu uso como instrumento de intervenção na formação de professores. A primeira parte do texto apresenta o grupo focal como recurso de coleta de dados em pesquisa: sua definição, configuração, funcionamento, vantagens e desvantagens. Posteriormente, são relatados dois exemplos de pesquisas que fizeram uso do Grupo Focal com professoras. A primeira refere-se a um estudo sobre as concepções de professoras sobre o aluno com deficiência no contexto da educação supostamente inclusiva. Nela, o grupo focal foi composto por oito professoras da Educação Infantil, que discutiram questões referentes ao aluno com deficiência e questões sobre inclusão e exclusão que perpassaram suas práticas e relações. O segundo relato de pesquisa trata sobre a concepção de saúde e sua relação com a educação compartilhada por profissionais da educação infantil. Cinco professoras participaram de um grupo focal realizado em duas sessões, no qual foram discutidas questões referentes a práticas educativas, de cuidado e de saúde. Estes exemplos evidenciam o poder mobilizador do grupo focal como instrumento de intervenção na medida em que esse viabiliza a reflexão sobre a prática e a construção coletiva de sentidos e soluções para problemas emergentes no ambiente escolar. A partir dos resultados e discussões desses estudos, o grupo focal é percebido como técnica com grande potencial de compartilhamento de saberes, mas também como espaço capaz de propiciar reflexões. Apontamos, portanto, a possibilidade do grupo focal como recurso a ser utilizado na formação de professores, assumindo o caráter de formação continuada em serviço.