O presente artigo objetiva compreender os percursos para a formação do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Para isso, apontaremos as bases legais em direitos humanos e a conjuntura – em esfera internacional, nacional e universitária – que influenciaram seu surgimento e atuação. Tomaremos como referência o debate sobre instituições educativas, memória, história do tempo presente e o conceito de contra-hegemonia. Como aporte metodológico, utilizaremos os ensinamentos de Ginzburg (1989) em relação ao “paradigma indiciário” para nos embasar na busca pelos indícios na formação de tal órgão. Almejamos, por fim, esclarecer que o Brasil foi influenciado tanto pela conjuntura e diretrizes internacionais de promoção e valorização dos direitos humanos, quanto pelo surgimento de demandas da sociedade civil e de movimentos sociais na busca pelo respeito a esses direitos. No campo universitário, a UFPB assumiu a responsabilidade em debater e ampliar o conhecimento sobre os direitos humanos na sociedade paraibana. Dito isso, procuramos defender que, a partir de uma conjuntura internacional, nacional e até universitária, o NCDH foi criado em 2006, tornando-se um órgão educativo de postura contra-hegemônica em sua história, em suas atuações, militâncias e práticas educativas. Dentre os exemplos dessa atuação, obtemos: a criação de especializações em Educação em Direitos Humanos; Área de Concentração em nível de mestrado; mestrado em direitos humanos; oficinas para formação continuada; organização de eventos e publicação de livros na área da educação; campanhas de conscientização para a tolerância; estudos de processos e documentos da ditadura civil-militar e anistia; práticas educativas e projetos de ensino, pesquisa e extensão, entre outros.