A educação é um direito público subjetivo garantido constitucionalmente. É dever do Estado ofertá-la de forma comprometida e séria, consonante com a realidade da população a qual se destina, conforme preconiza a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96. Considerando-se essas premissas, os movimentos sociais do campo e os movimentos pela educação, delinearam ao longo do processo de luta pela emancipação política e efetivação de direitos, referenciais para a educação da população camponesa, que ficou conhecida como Educação do Campo. Tal proposta tem como princípio, pautar a ação educativa nos modos de vida e subjetivação dos camponeses, tendo em vista, promover a conscientização política, o fortalecimento da identidade camponesa, a troca de saberes, difusão e conservação da cultura popular. Nesse sentido, opõe-se a práticas educacionais bancárias e urbanocêntricas, que potencializam os processos de exclusão vivenciados por essa população. Tendo em vista que, nos últimos séculos, a educação institucionalizada por meio da escola tornou-se a principal responsável pelo processo de transmissão do capital cultural, o presente trabalho buscará apontar possíveis contribuições da psicologia para as práticas educativas da Educação do Campo desenvolvidas no âmbito escolar. Para tanto, apontamos aspectos relativos às raízes históricas, conceituais e teóricas da Educação do Campo, os princípios que a norteiam, aspectos políticos e legais da política de Educação do Campo, desafios para sua implementação e como o profissional da psicologia poderá contribuir nesse processo.