Os novos movimentos sociais, surgidos na segunda metade do século XX, trouxeram à cena novas identidades minoritárias e ampliaram os campos de atuação e a pauta de reivindicação dos grupos sociais. Além disso, promoveu diálogos entre os vários movimentos e seus segmentos, reconhecendo a existência de pontos convergentes em diversas frentes e nuances, em meio às identidades antes consideradas fixas, possibilitando o entendimento acerca da ideia de interseccionalidade e abrindo portas para novas ações e bandeiras. Ainda, os novos movimentos passaram a fazer uso mais recorrente dos dispositivos midiáticos, como forma de ampliar o alcance de suas ações de conscientização, formação e mobilização, dando origem ao que se denomina comunicação contra-hegemônica ou mídia radical – formas populares de comunicação voltadas às práticas ativistas contestatórias e reivindicatórias. No contexto atual, em tempos de cibercultura, a partir das relações entre os novos movimentos sociais e a mídia radical, desponta o ciberativismo, forma de mobilização social que se vale das redes sociais e das ferramentas digitais para difundir sua ideologia, bem como para organizar ações e divulgar sua pauta de lutas. Em tal conjuntura, o ciberfeminismo vem ganhando destaque devido às diversas frentes de atuação no ciberespaço, onde grupos identitários e interseccionais veiculam conteúdos informativos e opinativos, promovem discussões e incentivam o desenvolvimento do pensamento crítico, a fim de combater preconceitos e violências e educar para uma sociedade mais humana e igualitária. Este artigo desenvolveu um estudo exploratório, de caráter introdutório e cunho descritivo, o qual recorreu à pesquisa bibliográfica e documental, balizada por uma abordagem dialética.