O presente estudo é resultado das discussões feitas na disciplina de “Conhecimento Histórico e Educação” ofertada pelo Programa de Mestrado em Educação da Unioeste – Campus de Francisco Beltrão. O texto tem origem a partir de dados levantados nas ruínas e museus dos “Sete Povos das Missões” - Rio Grande do Sul - mediados por referenciais bibliográficos, com o objetivo de compreender a origem e organização educacional desenvolvida nos Povos das Missões, entre os séculos XVII e XVIII. O material bibliográfico é escasso, porém o acervo documental é imensurável. A partir do levantamento das fontes, o objetivo foi compreender historicamente a organização das reduções jesuítas no Rio Grande do Sul e o processo educacional destinado aos índios. Para tanto, utilizo fontes primárias clássicas, como o Ratio Studiorum e as Cartas Jesuítas, também documentos disponíveis nos museus rio-grandenses, complementando com fotografias e imagens e articulando a bibliografia regional disponível. Como fundamento teórico-metodológico são utilizados os pressupostos do Materialismo Histórico Dialético, a fim de compreender os determinantes históricos responsáveis pela origem das reduções, articulando aos aspectos educacionais e as necessidades de instrução dos indígenas, ora desenvolvidas por atividades educativas não formais, ora por práticas pedagógicas formais. Mediando e contrapostos aspectos relevantes da educação jesuíta nacional e local. A partir dessas perspectivas, o texto esta organizado primeiramente, em discutir a origem dos “Sete Povos das Missões”, posteriormente em compreender os determinantes da educação desenvolvida nos aldeamentos, e finalizando com as organizações educacionais nacionais dos grandes Colégios Jesuítas e a apropriação das normas do Ratio Studiorum. Os resultados apresentados apontam que, mesmo que a pedagogia tradicional e as propostas pedagógicas disseminada pelos jesuítas em todo mundo fosse alvo de questionamentos, nos Sete Povos das Missões no Rio Grande do Sul, extrapolou os critérios pedagógicos definidos pelo Ratio Studiorum. Apesar de não ter sido tão agressiva e normativa quanto os colégios europeus, as reduções alcançaram seus objetivos como projeto evangelizador e civilizatório, mas além da catequese e da formação religiosa, os jesuítas proporcionaram aos indígenas a formação intelectual e as técnicas artísticas aprendidas nas oficinas, que andavam paralelas ao processo de aprendizagem e formação primeira dos sujeitos.