Este texto denuncia a inexistência do diálogo entre a mediação cultural e o ensino de artes na Educação Básica em pesquisas publicadas pelo Grupo de Trabalhos 24, intitulado Educação e Arte, da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação, partindo da identificação do perfil das produções científicas publicadas no GT 24 da ANPED e da análise dos enfoques expressos nas pesquisas do GT 24 que concernem à mediação cultural nas aulas do ensino de arte da Educação Básica. A pesquisa tem como aporte teórico Martins (2011), que compreende a especificidade própria da mediação cultural e Ferraz e Fusari (2010), em referência à definição da arte e seu ensino. Como aporte metodológico, a pesquisa tem características qualitativas apontadas por Severino (2002), pauta-se na documentação indireta através do conjunto bibliográfico de 77 artigos publicados no referido GT desde sua criação até o primeiro semestre do ano de 2015 (período de realização da pesquisa) e tem seus resultados analisados à luz da Análise de Conteúdo de Bardin (2004). Como primeiras conclusões, ressalta a necessidade de realização e divulgação de pesquisas neste campo do conhecimento de modo a pensar a interconexão Educação e Arte na prática docente, de modo a revisar os processos de ensino e aprendizagem em arte na educação básica e promover uma ação contrária a poda da diferença. Ressalta ainda a possibilidade e necessidade de compreender e ressaltar a ação da mediação cultural dentro do processo de ensino e aprendizagem nas aulas de arte da Educação Básica, fomentando reformas político-sociais de valorização e respeito às diferenças, sobretudo se considerarmos a gratuidade ofertada na Educação Básica e a obrigatoriedade de duas de suas etapas que, juntas, garantem maior acesso aos diferentes bens e valores artístico-culturais.