A feminização do magistério, que dava mostras incipientes já a partir dos finais do século XIX, seria fortalecida após a República com o potencial de regeneração nacional e com uma visão de Escola Doméstica que cuida, ampara, ama e educa, colocando nas mãos femininas esta responsabilidade. Assim esse trabalho visa apresentar a história, vocação e representação da mulher no magistério que foi e continua sendo um fenômeno universal com várias interpretações. Neste sentido a pesquisa realizada, irá desvendar todos os caminhos traçados pela mulher para chegar ao magistério e sua contribuição para o desenvolvimento educacional da sociedade feminina. Para a realização desta pesquisa, utilizou-se dados documentais, leis, decretos, pareceres, normas educacionais e dados da época. O imaginário republicano brasileiro que se estendeu ao século XX foi a fé do liberalismo no poder da escola e a feminização do magistério, que dava mostras incipientes já a partir dos finais do século XIX, seria fortalecida após a República. Na reconfiguração da sociedade que se desejava progressista e esclarecida, com o potencial de regeneração nacional, havia a crença numa visão de escola que doméstica, cuida, ampara, ama e educa. Essa crença vai ter seu prolongamento nas décadas seguintes à Proclamação e, juntamente com as aspirações de unidade política e a proliferação de um discurso alvissareiro sobre a educação, vai colocar nas mãos femininas a responsabilidade de guiar a infância e moralizar os costumes. Nessa visão constrói-se a tessitura mulher-mãe-professora, aquela que ilumina na senda do saber e da moralidade, qual mãe amorosa debruçada sobre as frágeis crianças a serem orientadas e transformadas por dedos que possuem a capacidade natural de desenhar destinos e acalentar esperanças, coadjuvantes inspiradas de uma escola que se erige como transformadora de consciências.