Benjamim Constant foi um dos principais articuladores das mudanças pela quais passou o Brasil em fins do século XIX que culminaram com a Proclamação da República em 1889. Adepto do ideário positivista, tentou implementar uma série de reformas na educação. A reforma de Benjamin Constant é uma reforma educacional de caráter elitista e liberal ocorrida no final do século XIX, cujas determinações legais foram importantes para organização dos conteúdos ministrados na educação básica, assim como a organização do método adotado no processo ensino-aprendizagem, porém a reforma não atingiu de forma ampla os resultados previstos. Nosso objetivo nessa proposta é analisar especificamente um documento escrito pelo próprio Benjamim Constant dando conta de como deveria ser a escola positivista. O documento em questão é uma carta encaminhada a Escola Normal do município de Campanha, Minas Gerais, Brasil, quando da inauguração deste estabelecimento de ensino. Já debilitado pela doença que acabaria por matá-lo Benjamim Constant não compareceu a inauguração da escola, mas após sua morte sua esposa e filhas encontraram o rascunho do seu discurso e decidem enviá-lo através de uma carta em que descrevia como deveria se organizar a escola positivista. A partir da análise deste documento intitulado: “Recordações dos visitantes da Escola Normal da Campanha”, podemos identificar toda a base teórica de seu discurso, bem como as estratégias metodológicas para o bom funcionamento da Escola. O positivismo encontrado neste material ilustrando as predições acerca da formação de novos profissionais no campo do ensino, visando as propostas da época na busca de um progresso científico, cidadania e nacionalismo. É, portanto, um dos objetivos desse trabalho demonstrar o quão próximo está nosso ensino contemporâneo desses ideais do século passado, na prática pedagógica cotidiana.