A educação sempre foi vista como pórtico para mudanças em todos os âmbitos da sociedade. Nesse sentido seguem pedagogias críticas que advogam a educação como mecanismo de desconstrução das relações de dominação e exploração, apontando para os caminhos possíveis da emancipação humana em sua experiência histórica. Para tanto, advertem a importância da promoção dos sujeitos em suas capacidades de pensar o mundo e atuar nele desenvolvendo a condição humana de ser mais. Este é possível com nova atitude do professor, face sua atividade docente, onde deverá buscar a todo custo oferecer aos alunos a condição de problematizarem sua realidade para a emersão dela. Ainda dentro deste cenário vê-se a necessidade de se transformar a escola num palco para o desenvolvimento dos sujeitos humanos. Nessa perspectiva crítica, Paulo Freire desponta internacionalmente como um pensador sui generis da pedagogia crítica, especialmente quando formula sua Pedagogia do oprimido. O livro, escrito durante o exílio de Freire no Chile, é a prova de que a opressão não caminha apenas pela área educacional, assim como também é dito neste artigo. Adotando essa obra como o norte metodológico de nossa análise, queremos pensar os detalhes que envolvem o pensamento freiriano no sentido da possibilidade de ressignificarmos a educação para que ela fomente a emancipação dos sujeitos em face da heteronomia das instâncias político-econômicas que costumam oprimi-los e manipulá-los. A investida nessa problemática nos posiciona num campo de estudo bastante discutido, mas cuja relevância sempre despontará nova e renovadora especialmente por considerarmos que a pedagogia freiriana nos desafia ao diálogo constante e crítico da realidade.