As doenças do aparelho cardiovascular são as principais causas de hospitalização e de óbito no Brasil, sendo a síndrome coronária aguda (angina instável e infarto agudo do miocárdio), a grande responsável por esta mortalidade. O termo infarto agudo do miocárdio significa basicamente a morte de cardiomiócitos causada por isquemia prolongada, visto que este pode ser dividido em cinco classes diferentes de acordo com os mecanismos que levam a isquemia. Na maioria dos países a doença isquêmica do coração representa uma das principais causas de óbito em homens e mulheres acima de trinta anos de idade. Apesar da tendência de declínio observada a partir da década de 80 em vários países, a mortalidade por doença isquêmica permanece elevada no Brasil. Perante a importância desta doença, vários estudos têm sido conduzidos sobre as tendências de mortalidade, assim este trabalho teve como objetivo avaliar a tendência temporal de mortalidade por Infarto Agudo do Miocárdio na região Nordeste do Brasil, no período de 1996-2015. Trata-se de um estudo ecológico, retrospectivo de uma série temporal, baseado em dados secundários coletados através do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram analisados dados de óbitos por IAM na Região Nordeste do Brasil, entre os períodos de 1996-2015, nas faixas etárias de 60-69, 70-79 anos e 80 anos mais. Para realizar as buscas dos dados, utilizou-se a 10ª revisão da versão brasileira da Classificação Internacional de Doenças (CID BR-10), para IAM: 068.1 (Infarto Agudo do Miocárdio). De 1996 a 2015, foram registrados cerca de 231.957 óbitos por Infarto agudo do miocárdio na região nordeste do Brasil, nas faixas etárias de 60 a 80 anos mais. Na faixa etária de 60-69 anos ocorreu 71.624 óbitos (30,8%), 70-79 anos 80.314 óbitos (34,6%), 80 anos mais 80.716 óbitos (34,8%). Observa-se que houve cerca de 106.829 óbitos (46%) para o sexo feminino e 125.051 óbitos (54%) para o sexo masculino. A taxa de mortalidade bruta variou de 154,6 óbitos/100.000 habitantes em 1996 para 331,7 óbitos/100.00 habitantes em 2015. As taxas específicas de mortalidade por sexo e faixa etária mostrou variações em ambos os sexos, sendo observado um número maior de óbitos no sexo masculino no período de 1996 a 2015. Nas taxas de mortalidade ajustada apresentou uma tendência crescente significativa no período de 1996 a 2015, para todas as faixas etárias. Os resultados encontrados no presente estudo sugerem que houve uma tendência crescente significativa nas taxas bruta, especifica e ajustada de mortalidade por IAM em todas as faixas etárias no período de 1996 a 2015. Fator este explicado pelo crescente aumento populacional de indivíduos com mais de 65 anos, e devido a incidência de doenças cardiovasculares aumentarem dramaticamente com o envelhecimento e representarem importante causa de morbidade, mortalidade e pior qualidade de vida em idosos.