A sexualidade na terceira idade consiste em um assunto suprimido pela população idosa por envolver valores culturais e morais que são moldados no decorrer de sua vida em sociedade.
Percebe-se uma questão fundamental quando se afirma que o processo de envelhecimento causa consequências a vida sexual dos indivíduos em idade avançadas. Vale salientar que, devido à ausência de conhecimento sobre o processo de envelhecimento das pessoas amadurecidas, pode ocorrer a inativação da vida sexual devido a conflitos internos frutos das mudanças desencadeadas por esse processo, além da visão depreciativa da sociedade e de julgamento.
Antigamente a sexualidade humana tinha a função de reprodução. Depois se descobriu que ela está presente durante todas as fases da vida e atua no bem-estar das pessoas.
A qualidade de vida engloba o domínio da percepção individual sobre a sexualidade, uma variável complexa por sua multidimensionalidade.
Envelhecer não significa tornar-se assexuada, porém mitos e tabus socioculturais acerca a sexualidade na terceira idade inibem os idosos de exercer a sua vida de forma integral, uma vez que as alterações fisiológicas do envelhecimento, preceitos religiosos, opressões familiares e aspectos individuais fortalecem esse estigma social.
É importante que os profissionais de saúde possam cuidar dos idosos, considerando as questões apresentadas relacionadas à sexualidade. Fomenta-se, assim, o desejo de que os achados deste estudo possam contribuir para sensibilização de profissionais de saúde em relação ao idoso enquanto ser complexo e integral, bem como a vivência da sexualidade como constituinte de envelhecimento com qualidade, possibilitando prática de cuidados livre de julgamentos e preconceitos. O modo como os profissionais abordam as questões de sexualidade de idosos ainda centravam-se no discurso da dificuldade de manejar essa temática dentro da unidade de saúde, por fatores relacionados ao preconceito do próprio corpo e aos mitos que circundam esse assunto.