A resistência feminina, feminista e política têm consistido na luta de inúmeras mulheres, que livrando-se das correntes do patriarcado vivenciam a desconstrução desse sistema no cotidiano e no convívio diário, muitas vezes marcado pelos discursos discriminatórios e preconceituosos. Os meios que esse empoderamento surge são os mais diversos, desde a mídia televisiva, internet, redes sociais, ruas, palcos, músicas, poesias, produções acadêmicas e literárias, grafites, artes plásticas e visuais, debates, palestras, diálogos casuais, entre outros. No entanto, as expressões presentes nos banheiros femininos constituem-se a motivação principal da presente pesquisa, que tem por objetivo analisar as expressões de estudantes, servidoras, funcionárias, professoras, e demais mulheres que circulam os banheiros da Universidade. O caminho metodológico escolhido foi à revisão bibliográfica acerca do corpo feminino, gênero, patriarcado, movimento feminista, e as formas de resistência às determinações sociais que marginalizam o feminino. Para a coleta de dados, mapeamos frases e expressões escritas nos banheiros femininos do Centro de Educação - CE e Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - CCHLA na Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Campus I. Os escritos encontrados manifestam traços do corpo, da violência, de gênero, posicionamentos políticos, empoderamento, angústias, emoções, motivações, como “Preta, vc é linda!”, “Quando uma mulher avança, o machismo retrocede”, “Resistência feminina crew”, “Mulher é deusa”, “Fora Temer”, “Mulheres, se unam”, “Já gozou hoje, mulher?”, “Amar sem Temer”. Com base no levantamento bibliográfico e expressões coletadas, evidencia-se as marcas da imagem e a representação social que a mulher tem de si, reafirmando que sim, nós, mulheres possuímos emoções, sexualidade, autonomia e, sobretudo, que a luta é diária, que o feminismo liberta e que o espaço público é nosso, portanto, é também, local de expressão e manifestação de desejos.