O presente trabalho se propõe a analisar a representação do feminino na Tragédia Clássica Grega, tomando como objeto de análise as personagens Clitemnestra de Ésquilo, Antígona de Sófocles e Medeia de Eurípedes. O estudo problematiza como cada um desses dramaturgos construiu dramaturgicamente seu discurso em torno de suas personagens, uma vez que a conjuntura social e política da Grécia clássica condicionava a mulher a um lugar periférico, um papel de coadjuvante, no que concerne a vida político-social da Hêlade. A pesquisa lança um olhar provocador sobre a forma como estes autores construiriam suas personagens e o discurso presente em suas narrativas, bem como o sistema de representações presentes em sua dramaturgia, percebendo, assim, as referências e interferências do contexto histórico e social no qual estavam inseridos. Partindo da análise do discurso feito pelos autores, este estudo busca discutir as interfaces geradas entre história e teatro, na medida em que o objeto de estudo aqui apresentado, a literatura dramática destes três expoentes dramaturgos da Grécia Antiga, revela um recorte preciso do formato de sociedade existente naquele período da história.