O presente artigo fruto de empenhada pesquisa sobre as construções discursivas e conceituais acerca do erotismo e da pornografia, busca compreender suas fronteiras e seus limites sociais, fazendo uso das Histórias em Quadrinhos enquanto objetos-fonte. O trabalho parte de registros históricos, no caso histórias em quadrinhos, em busca dos traços e valores que lhes carregam significados. Analisa as construções dos discursos sobre os territórios das sexualidades, em tais produções da Indústria Cultural de entretenimento, a partir dos poderes vigentes (Foucault) dos referenciais determinados pela coerência sexual (Butler), seus tabus e fetiches. Dialoga com a multidisciplinaridade em busca de seguranças epistemológicas sobre os conceitos de erotismo e de pornografia dentro de seus usos nas sociedades humanas, culturalmente e temporalmente localizados. Faz usos de narrativas erótico-pornográficas em histórias em quadrinhos nacionais e estrangeiras publicadas no Brasil e as suas vivências editoriais. Este trabalho foca seu interesse na crítica construtiva à dicotomia Erotismo/Pornografia, faz pontuações sobre os imaginários que delimitam as duas esferas discursivas, seus binarismos e determinismos, partindo de uma reflexão crítica embasada nos estudos sobre sexualidades normativas e dissidentes.