Este trabalho, que está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem – PPCL e ao Grupo de Estudos do Discurso da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – GEDUERN, insere-se no campo de pesquisa da Análise do Discurso de orientação francesa, de vertente foucaultiana. O trabalho traz um diálogo com os estudos históricos, sociológicos e midiáticos, e tem por objetivo interpretar os vestígios de memória presentes nos discursos de culpabilização da mulher vítima de assédio sexual, em matérias publicadas na internet. Especificamente, se analisam aqui os comentários de internautas sobre o caso de assédio sexual praticado pelo ator José Mayer, que traz como vítima a figurinista da rede Globo Susllem Tomani, reverberado em diversos ciberespaços; e ainda o caso de assédio sexual envolvendo sócios da revista playboy e modelos, publicado no site G1, da globo, em abril de 2017. Para tanto, nos baseamos, epistemologicamente, nos estudos de Foucault (1984; 1999; 2008); Faria e Castro (2013); Bourdieu (1997); Silverstone (2005) e Safiotti (2004). Logo, concluímos que a culpa imposta às mulheres pelo assédio sexual sofrido, está relacionada, historicamente, a um poder simbólico de dominação do homem sobre o corpo da mulher, algo advindo do patriarcado, que se prolifera rapidamente com os holofotes da mídia.