Estudos sobre violência obstétrica vem se constituindo como um campo em franco interesse por parte da comunidade acadêmica. Proposto no início dos anos 2000, principalmente, pelo ciberativismo feminino, o assunto tem sido caracterizado como uma manifestação da violência de gênero por ter as mulheres em período gravídico puerperal como alvo privilegiado. Para melhor compreender tal fenômeno se faz necessário problematizar gênero, classe e raça, já que indicadores sociais e pesquisas científicas mostram que as mulheres negras são mais suscetíveis a sofrerem violência obstétrica. Neste sentido, o presente trabalho pretende discutir violência obstétrica contra mulheres negras a partir de uma perspectiva interseccional, cujo objetivo é trazer o debate sobre a representação social do corpo feminino negro para profissionais de saúde em maternidades. Para tanto será apresentada revisão bibliográfica realizada no âmbito do projeto de qualificação para pesquisa de tese de doutorado em andamento.