O feminismo se disseminou por períodos históricos distintos, aliado aos discursos que alicerçaram as múltiplas correntes dos chamados movimentos feministas. Esses grupos lutavam em busca de direitos e liberdade para a mulher. Os objetivos a serem alcançados por cada movimento diferiam de cultura para cultura, país para país, porém, unidos unicamente pelo ensejo da mulher estar na sociedade na figura de si e não de um Outro dominado, oprimido, escasso e anulado. Ao evidenciarmos organizações mais modernas, observamos que as feministas dividem-nas em três segmentos, denominados primeira, segunda e terceira onda do feminismo, em que esta última é vivenciada na sociedade pós-moderna. Assim, adentramos a um tema que provoca questionamentos e divergências na contemporaneidade: as questões identitárias. As identidades, que ratificavam uma determinada consonância subjetiva com as obrigações culturais de outrora, estão se dissolvendo e se moldando, ao efêmero, fundamentalmente, as femininas. O texto fílmico, cada vez mais acessível aos indivíduos, encena tais conflitos, os quais desnudam imperativas mudanças. Desse modo, nosso estudo almeja examinar a película Preciosa: Uma história de esperança (2009), dirigido por Lee Daniels. A obra desnuda a vida de Clarieece “Preciosa” Jones, uma adolescente vítima da violência doméstica e social, que rompe os preceitos e preconceitos de uma sociedade aniquiladora e opressora, se (re)construindo através da resistência e autodeterminação. Para isso, utilizaremos os Estudos Culturais e de Gênero, desenvolvidos por HALL (2006) e BEAUVOIR (1980) como suporte para compreender como a obra alberga essas representações femininas, tal qual, identitárias e, transfigura-se, em um novo construto social, ao que se refere à mulher.