A escola é o terceiro ambiente que provoca maior nível de discriminação, logo depois da família e dos lugares públicos. Reconhecemos que existem práticas preconceituosas que causam danos à dignidade humana dentro e fora do ambiente escolar. Essas práticas são originárias da heteronormatividade, do machismo, do patriarcalismo e do sexismo que estão presentes nas configurações sociais da educação. Tais práticas são orientadas por discursos consolidados historicamente e, consequentemente, repetidos no cotidiano, daí que acabam contribuindo para a exclusão dos direitos de cidadania da população LGBT, agravando, assim, o problema a ser enfrentado na educação. Mas, além disso, a escola é um membro imprescindível para promover a igualdade de direitos. E para cumprir esta função, respeitar a diversidade sexual é fundamental, caso contrário, haverá sempre a discriminação e conivência com a prática da heteronormatividade que só invisibiliza as diferenças e inviabiliza o respeito ao diferente. Constatamos essa realidade facilmente dentro das escolas públicas do estado de Pernambuco. Casos de homofobia, lesbofobia, transfobia são muitas vezes institucionalizados, vemos a olhos nus a violência que parte da própria instituição formadora. O ambiente escolar deve superar essas mazelas e construir novas mentalidades e subjetividades. Diante dessa realidade registramos nosso relato de experiência decorrente de entrevistas realizadas numa escola pública na cidade do Recife como forma de embasar nossa perspectiva teórica sobre o tema em questão.