A história feminina é marcada pela hierarquização dos gêneros, propagados pela cultura machista. Embora a mulher tenha conquistado uma postura de sujeito de direitos, a violência doméstica é uma realidade que precisa de atenção estatal na elaboração de políticas públicas preventivas para o seu enfrentamento. É preciso compreender que a incidência do machismo, disfarçado nas relações sociais, sustentam a violência contra a mulher e ofendem os direitos humanos femininos. Diante da segregação à qual a mulher foi submetida, instrumentos normativos internacionais e internos, reconheceram, à luz dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade, que as mulheres precisam de proteção especial e elencaram a violência de gêneros como uma afronta aos direitos humanos. A normalização do machismo intensifica a violência doméstica, sendo evidenciada a violência simbólica como precursora da violência de gêneros e o seu enfrentamento como prevenção para as demais agressões contra as mulheres. Surge a responsabilidade estatal de desenvolver Políticas Públicas que alterem a cultura machista inculcada no inconsciente social, pois elas possibilitariam o empoderamento feminino, materializando as garantias formalmente previstas e reconhecendo-as como titulares de direitos. A violência contra a mulher é uma realidade a ser superada, e a atuação estatal preventiva destas agressões, antes que elas se materializem, é indispensável para se garantir a dignidade e a igualdade feminina. Esta prevenção se dará pela alteração do panorama cultural machista, que legitima a violência de gêneros e denuncia a violência simbólica como a primeira agressão feminina e como subsídios para as demais violências.