Este trabalho propõe-se a discutir as condições de emergência para o surgimento de discursos sobre dissidências sexuais e de gênero por meio de manifestações artivistas. Adotando uma perspectiva foucaultiana, em que toma a genealogia como principal fio condutor desta retomada, para compreender sob a ótica de um conglomerado de estado de forças como sendo a condição possível para a emergência de tal fenômeno, ou seja, em uma encruzilhada de marcadores sociais, no interstício de acontecimentos, cedendo à vaidade de referenciar alguém ou algum movimento como responsável do surgimento deste tipo de ativismo social. A partir destas discussões busca-se problematizar a importância da resistência do artivismo enquanto um modo de fazer política em uma sociedade permeada de valores e práticas conservadores e que desqualifica a arte como meio através do qual se é possível propor transformações sociais, provocando e causando desconfortos nas estruturas de poder hegemonicamente estabelecidas.