Este artigo está fundamentado na pesquisa desenvolvida em 2011 para o trabalho de conclusão do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará. Este trabalho objetivou analisar a pesquisa docente nos cursos de Ciências Sociais e Engenharia de Teleinformática da UFC. Entretanto, neste artigo, apresento as discussões relativas apenas ao curso de Ciências Sociais. Para isso, realizei entrevistas semi-estruturadas com seis professores do curso, escolhidos com base em critérios previamente estabelecidos, bem como analisei alguns projetos de pesquisa de cada docente escolhido. Dentre as questões levantadas nas entrevistas, indaguei aos professores quais as bases teóricas de sustentação das suas pesquisas. Pude perceber, a partir das respostas dos docentes, a ausência de Marx ou de qualquer outro teórico marxista como referência teórica para os projetos de pesquisa e trabalhos acadêmicos dos professores entrevistados.Essa constatação serviu de estímulo para suscitar essa discussão e levantar a hipótese de que essa tendência de “abandono” da teoria marxista em privilégio a um “ecletismo teórico” ou a não filiação a uma determinada corrente de pensamento por parte dos docentes nas universidades é resultado da hegemonia do pensamento pós-moderno na sociedade contemporânea.