Introdução: A alta hospitalar constitui-se na continuidade do tratamento no domicílio, seja este desenvolvido pelo próprio paciente, por membros da família e/ou cuidadores. A preparação para a alta deve ser iniciada o mais precocemente possível e esta deve ser planejada por todos os membros da equipe de saúde envolvidos. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada com idosos em um programa que prepara pacientes com sequelas neurológicas para a alta hospitalar. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência ocorrido em uma clínica neurocirúrgica de um Hospital Universitário da cidade de Manaus em um programa de preparação para a alta de pacientes com sequelas neurológicas. O programa foi implementado no período de setembro de 2010 a março de 2012 durante as atividades da primeira turma de Residentes Multiprofissionais em Saúde do Amazonas e era realizado por uma equipe interdisciplinar composta por: assistente social, enfermeiro, educador físico, farmacêutico, fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo. O mesmo era realizado seguindo as seguintes etapas: Identificação do paciente; levantamento da história clínica; Verificação do nível de conhecimento do paciente e/ou cuidador acerca dos cuidados necessários no ambiente domiciliar; Reunião para discussão do caso e montagem do cronograma de ação; Elaboração do plano de ação; Reuniões com os familiares; Visita domiciliar; Treinamento no leito, escuta psicológica e orientações sociais; Entrega de material didático com as orientações repassadas; Avaliação do estado de saúde do paciente pós alta hospitalar. Durante a atuação dos residentes no programa, 04 idosos com sequelas neurológicas decorrente de Tumor cerebral com idades entre 60 e 78 anos e seus familiares foram preparados pela equipe para dar continuidade aos cuidados no ambiente domiciliar. Todos possuíam sequelas neurológicas decorrente de Tumor cerebral, sendo que destes, três foram para o ambiente domiciliar acamados, com traqueostomia e uso de sonda nasoentérica. Discussão: Esta experiência mostrou-se de fundamental importância para a formação profissional dos residentes, pois constituiu um espaço para ver o indivíduo sob uma visão holística e para que os mesmos internalizassem a necessidade de uma atuação interdisciplinar. A preparação para a alta hospitalar deve ocorrer de forma planejada e sistematizada, pois ações planejadas geram um serviço organizado e de qualidade, mantém a unidade da equipe uma vez que motiva a visão unificada do processo. Foi possível perceber que a preparação com a equipe interdisciplinar, diminuiu a ansiedade dos familiares no momento da alta, pois os mesmos sentiam-se mais confiantes, seguros e preparados para dar continuidade aos cuidados necessários no ambiente domiciliar, principalmente quando estes cuidados envolviam a aspiração de secreções através da traqueostomia e os cuidados com a sonda nasoentérica. CONCLUSÃO: Este programa mostrou-se como um espaço que contribuiu para a integralidade do cuidado ao idoso com sequela neurológica. É necessário que as oportunidades com este enfoque de atuação sejam multiplicadas nos vários contextos de saúde, pois garante a atenção integral à saúde, funcionando como um espaço para promoção, prevenção, tratamento e reabilitação de idosos.