Este trabalho relata uma experiência com a utilização de materiais de baixo custo e fácil aquisição para o favorecimento da aprendizagem de química orgânica a uma aluna portadora de cegueira total regularmente matriculada no terceiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Padre Luis Soares Palmeira, em Vitória da Conquista Bahia. Essa proposta nasce da observação de que ao logo da sua vida escolar a aluna teve de maneira suprimida o seu direito de aprender. Com o intuito de incluí-la e torná-la vencedora das suas próprias limitações , foram desenvolvidos vários materiais utilizados recursos simples, como: tinta guache, E.V.A, strass, palitos de churrasco, bolas de isopor, esmalte, miçangas entre outros. Durante três unidades, o trabalho desenvolvido com a aluna levou todos a refletirem sobre a dificuldade de aprender química orgânica para uma aluna cega, pois esta é uma área da química onde a visualização e o entendimento espacial colaboram para a aprendizagem dos conteúdos propostos. Todos os materiais desenvolvidos eram avaliados pela aluna, o que possibilitou uma melhor compreensão do sistema braile e a constatar que na área de química são poucos os recursos disponíveis, e na sua grande maioria, não contemplam as dificuldades da pessoa cega, como a tabela periódica, por exemplo. Essa metodologia foi muito eficaz pois, além de favorecer a aprendizagem por parte da aluna que desenvolveu as habilidades necessárias para progredir nos estudos, desenvolveu na turma em relação de empatia.