LIMA, Aline Kedma Marques et al.. Cuidados paliativos a pacientes oncológicos. Anais VI CONGREFIP... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/27822>. Acesso em: 23/12/2024 00:12
Segundo a Associação Europeia de Cuidados Paliativos (EAPC), a “sedação paliativa” do paciente terminal deve ser distinguida de eutanásia. É impactante a forma como as pessoas se deparam com um diagnostico de câncer, onde todos são abalados de uma forma brusca e repentina pelo desconhecido mundo da “vida pelo fio” pois é assim o primeiro contato de quem recebe um diagnóstico de câncer. O tempo de sobrevida é o desfecho chave de interesse, mas este envolve não só o tempo até a morte, mas também o curso evolutivo da doença, incluindo sintomas, performance funcional, impacto familiar e social e questões espirituais e financeiras. O despreparo para trabalhar com a finitude humana e a impotência frente a essas situações, coloca em pauta a necessidade de capacitação em nível acadêmico e laboral. Em se tratando de uma doença como o câncer, que ainda tem índice de mortalidade alto, a sua descoberta pode desestruturar a família, pois as alterações provocadas por ela e por seu tratamento são motivos de sofrimento para a pessoa doente e seus entes queridos. Na sedação paliativa, o objetivo é aliviar o sofrimento, usando fármacos sedativos titulados apenas para controle dos sintomas. Na eutanásia, a intenção é tirar a vida do paciente, administrando-se um fármaco letal. Significa que a sedação paliativa, corretamente indicada, na dose correta, por via adequada, não é um “atalho” para se atingir o mesmo objetivo da eutanásia. Não existe evidência de que a sedação paliativa administrada apropriadamente encurta a vida. Para sedação paliativa, portanto, é muito importante que a consciência seja reduzida apenas até o nível suficiente para o alívio dos sintomas, o que é individual e pode variar amplamente. Nesse sentido, receber um diagnóstico de câncer provoca vários sentimentos, inquietações e fragilidades nas pessoas e nos seus familiares em virtude da realidade imposta, quer dizer, todos passam a conviver com uma doença grave e com as mudanças de planos pessoais e profissionais ocasionadas pelo adoecimento.