Este trabalho é fruto de uma pesquisa de mestrado realizada nos anos 2014-2016 e está embasado nas vivências dos idosos da comunidade remanescente quilombola do Matão localizada no agreste paraibano. São narrados os testemunhos de forma sublime por quem realmente os vivenciou. A pesquisa teve como objetivo principal: Refletir como as memórias dos idosos quilombolas podem auxiliar os professores da educação básica a desenvolver, juntamente com seus estudantes, a releitura da identidade negra e a valorização da história e cultura local. Como respalde teórico, nos fundamentamos em: Bosi (1994); Hall (2003); Halbwachs (2006), Freire (2014) entre outros autores. O artigo constituiu-se na abordagem qualitativa de investigação com a opção pelo método etnográfico, com a finalidade de refletir sobre as narrativas vivenciadas pela idosos bem como, valorizar as experiências construídas ao longo da história de vida da comunidade do Matão/PB. Pois as narrativas orais dos idosos dão oportunidades aos quilombolas, que tanto foram excluídos e dominados, de narrar suas histórias em meio à sociedade dominante e contribuir com a ressignificação da identidade quilombola, porquanto suas tradições, crenças e história foram silenciadas no cotidiano escolar. Já que através das histórias de vidas do idosos as crianças do Matão/PB podem ressignificar suas identidades. Haja vista que eles terão oportunidade de conhecer sua história e suas tradições culturais a partir das narrativas do seu povo. Esta pesquisa torna-se relevante, uma vez que a partir dos depoimentos podemos pensar em temáticas que possam ser inseridas no currículo da escolar do Matão/PB, pois as possíveis contribuições da cultura quilombola para a sala de aula podem também auxiliar os professores a desenvolver estratégias pedagógicas que viabilizem o empoderamento das crianças em seu contexto sociocultural.