A forma como os gêneros se apresentam e os modos de ler têm se reconfigurado ao longo do tempo. Com o advento das tecnologias, ampliaram-se os suportes de circulação das informações e, consequentemente, ocorreu a proliferação dos gêneros discursivos que passaram a circular com formatos diversos adequando-se as novas formas de apresentação dos enunciados. Nesse contexto, se disseminam os gêneros multimodais que trazem, além de palavras, uma semiose de linguagens que se imbricam no processamento discursivo para a constituição de um todo coeso e significativo. Considerando ilimitadas as possibilidades de veiculação do gênero discursivo, este artigo tem o objetivo de analisar os contextos de circulação e a reversibilidade de funções dos gêneros multimodais nos diversos suportes que se apresentam para atender as necessidades comunicativas dos usuários da língua. Nessa perspectiva, a discussão proposta abrange a apreciação teórica sobre o processamento discursivo do gênero multimodal, com contribuições de Dionisio (2013) e Rojo (2013); as considerações de Bakhtin (1997), Marcuschi (2007; 2014), entre outros, foram fundamentais para o aporte teórico sobre os contextos de circulação dessas entidades sócio-discursivas e as diversas maneiras de interagir com um mesmo texto em suportes diversos. Além disso, as reflexões são ilustradas com gêneros discursivos que se apresentam em diferentes suportes com reversão da função, assumindo o propósito comunicacional do contexto de circulação em que se inserem e mantendo suas características formais inalteradas. Portanto, as considerações aqui postuladas são fundamentais para o reconhecimento da relação intrínseca gênero-suporte e das diversas funcionalidades dos enunciados que se apresentam em situações comunicativas específicas exercendo novas funções discursivas dentro da esfera comunicativa em que se inserem.