O presente trabalho aborda o potencial da literatura eletrônica infantil para a alfabetização e o letramento literário e digital. Mesmo que desprovida de pretensões utilitaristas, que visem desenvolver habilidades de caráter prático ou fomentar valores morais e éticos, a literatura infantil pode estar imbuída de um papel formador, ao despertar a imaginação e prover o indivíduo de um repertório cultural diversificado. Por este motivo, a aliança entre o caráter lúdico e o pedagógico é marca característica das produções literárias voltadas ao público infantojuvenil, seja esta uma narrativa oral perpetuada de geração em geração, seja uma poesia impressa nas páginas de um livro. Ao migrar para a esfera virtual, este tipo de produção ganha novos contornos, podendo também colaborar com o domínio das mídias digitais e inserir o indivíduo nas práticas e eventos de letramento próprios da cibercultura. Para tratar do referido assunto, a pesquisa contemplou dois momentos distintos. A princípio, embasado em referencial teórico, discute-se questões relativas às diferenças e correlações entre alfabetização e letramento, a necessidade da promoção do letramento digital em face do desenvolvimento tecnológico, bem como as potencialidades educativas da literatura infantil em todos esses âmbitos. Em um segundo momento, prioriza-se a análise prática, ao tratar das obras de literatura eletrônica infantil de Ângela Lago, as quais chamam atenção por desenvolver habilidades motoras e cognitivas, ao permitir e incitar a interatividade do público. Ao final das análises, conclui-se que a obras eletrônicas infantis, similares as analisadas, podem servir como ferramenta educativa apta a integrar a alfabetização ao letramento literário e digital.