O sujeito se realiza e constrói nas teias discursivas que lhe entornam e dão contorno diante dos saberes e conhecimentos sociais. Estes saberes se realizam, por sua vez, sendo formatados em poderes que viabilizam o discurso como materialidade histórica. Nesse sentido, pretendemos aqui problematizar em torno da construção do sujeito homossexual (gay) através de análises de um vídeo veiculado na rede Youtube para encontramos as pontas dos fios discursivos que findam por gerar um sujeito-em-si, ou seja, questionamos como, através de sua própria discursivização, o sujeito homossexual se concebe na sua história e lugar social. Para tanto, nos debruçamos sobre um vídeo produzido pelo canal Põe na roda que tem por título “Não é por ser gay que...”. Diante da emergência desse discurso em vias de WEB, buscamos em Foucault (1995, 2009, 2010) e nos teóricos da análise do discurso de linha francesa analisar os ditos dessa situação comunicativa. Desta maneira, utilizamos o método bibliográfico qualitativo e analítico segundo o qual retomamos as teorias e conhecimentos das áreas pertinentes ao nosso estudo e realizamos uma revisita dos textos, bem como nos pomos diante das teorias e remodulamos seus apontamentos em voga de nossas perspectivas teórico metodológicas. Percebemos, então, que o sujeito homossexual que discurviza sobre si no vídeo analisado o faz de um ponto de vista histórico segundo o qual todos os homossexuais devem obedecer a padrões de como-se-ser, bem como compreendemos que estes lugares-padrão estão em declínio tendo em vista a múltipla orla de formas de ser dos sujeitos frente às suas individualidades. Nesse sentido, compreendemos um discurso de si que busca realocar os estereótipos postos na história discursiva e tenta desmistificar os entendimentos discursivos que a sociedade formulou frente aos saberes/poderes sobre os homossexuais.