O corpo com deficiência foi destinado, historicamente, a um espaço de segregação e de exclusão, sendo negada aos sujeitos, participação plena na sociedade e condições igualitárias de desenvolver suas potencialidades em diferentes aspectos da vida, dentre eles o campo da sexualidade. Desse modo, as práticas discursivas, por meio do discurso da inclusão, faz proliferar visibilidades de ordem biopolítica que promove um efeito de normalização para os sujeitos. Sob essa perspectiva, este trabalho tem como objetivo analisar o discurso da inclusão social do sujeito com deficiência que circula na revista Sentidos, destacando o dispositivo da sexualidade como lugar de inscrição de posições-sujeito e de produção de subjetividade. Como respaldo teórico, usamos a Análise do Discurso de vertente francesa, na articulação das contribuições de Michel Pêcheux e de Michel Foucault, por meio das quais será possível discutir sobre discurso, relações de poder-saber e produção de subjetividades. Através do método arquegenealógico, faremos a escavação da emergência do discurso da inclusão e da história do corpo com deficiência, para em seguida, analisar os enunciados midiáticos. O corpo do sujeito com deficiência aparece como lugar de produção de discursos, sendo incluído na sociedade por meio de diferentes relações de poder-saber. Há uma ordem do olhar que normaliza os sujeitos, por isso, o dispositivo da sexualidade emerge nesse cenário promovendo, através da relação corpo e cuidado de si, os modos de subjetivação. As relações de poder, por meio do poder disciplinar e da governamentalidade agem como estratégias de governo de si e do outro, objetivando e subjetivando os sujeitos com deficiência através das práticas ligadas à sexualidade, como amor, sexo, casamento, que oportunizam a construção de um sujeito de desejo, que é incluído não apenas na educação e no mercado de trabalho, mas também no espaço heterotópico da instituição familiar, marcada pela união matrimonial entre o homem e a mulher.