A presença notável dos Contos de Fada no folclore Infantojuvenil é, de fato, arrebatadora. Uma vez que a criança cresce ouvindo clássicos da mesma toada de Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida, Branca de Neve e outros, percebemos a importância que estas narrativas possuem no processo formador do indivíduo. O papel do elemento antagônico nessas histórias causa a criação da atmosfera de tensão para o leitor, oriunda da interação conflituosa do protagonista com o agente negativo. Em similaridade, podemos aferir em determinadas histórias a união da personagem antagonista ao cenário Floresta. Compreendendo, pelos estudos de Franz (1985) e Khéde (1986), as representações do mal na narrativa de Conto de Fadas, será analisado o perfil, de modo comparativo, das personagens Bruxa nos contos "João e Maria"¸ de Jacob e Wilhelm Grimm¸ e "A Pequena Sereia", de Hans Christian Andersen, de modo a perceber a razão de sua associação àquele cenário. Unindo a esta análise a compreensão psicanalítica freudiana, percebe-se em primeira observação o confronto entre Ego e ID, representado no contracenar do herói e vilão em um âmbito da inconsciência, materializada pelo ambiente da história. Pensando no papel que o antagonista, conectado ao cenário anteriormente mencionado, revela à psique da criança em formação, de acordo com os estudos de Bettelheim (2015) o presente artigo estudará o caráter moralizante da narrativa de fadas quanto à ocultação dos impulsos e as maneiras como o mesmo interage na progressão intelectual-evolutiva da criança/jovem, mostrando o caráter ilustrativo que a Bruxa oculta na Floresta tem para representar os impulsos do ID ocultos nas zonas inconscientes da mente.